[AVN]A canção das laminas

Por alguma razão do destino eu nascera oculta pela cortina dos cegos. Não via o que realmente existia no mundo ou achava ser assim. Tudo pode mudar em uma questão de segundos. Minha realidade nunca fora aquilo que eu enxergava. Ela tentava gritar para que eu a ouvisse porém era em vão. Minha existência tornou-se outra. Ninguém imaginaria o que ocorreu. Ninguém acreditaria. Mas aconteceu. Eu fora morta no décimo quinto dia de meu nome. Atingida por uma espada, tive meu sangue drenado, e meus ossos em pedaços. Meus olhos puderam abrir-se com o beijo doloroso e gélido da lâmina que trespassou meu abdome. O mundo mágico me chamou e não pude recusar. Uma missão. Era isso que havia no destino. Algo incerto que eu nascera para fazer. Tal fato me tornava um objeto do destino. Um utensílio necessário e que depois de cumprida sua tarefa poderia ser descartado. Eu me recusava a aceitar as amarradas dos deuses sobre mim. Possuíam meus dons pelos deuses cedidos, porém aprendera a moldá-los a bel vontade por minha própria mente. Os dons não eram mais um presente, era algo merecido que eu havia trabalhado para serem usados da maneira como eu queria. Os deuses haviam me dado uma lâmina cega e eu a havia afiado, e ela estava pronta para degolar cada pescoço divino que se atrevesse a controlar meu destino.
Uma floresta ao raiar do dia. O sol não consegue penetrar as folhas espessas da tundra, no entanto uma pequena claridade se mostra abalando a escuridão da mata. Alguém se maravilha com a beleza do lugar este alguém sou eu.Vejo flores se formando , desabrochando e morrendo como se tudo estivesse correndo contra o tempo.Vi trepadeiras erguendo-se e árvores crescendo. No entanto, a beleza deu lugar a um clima pesado como se meu deslumbramento tivesse se transformado em outro sentimento. A ânsia de um caçador por presa.De repente eu portava um arco e flecha, andava cuidadosamente e analisava rastos.
Eu havia achado minha presa e concentrei-me para atirar. Respirei fundo, olhei fixamente e quando soltei a lamina fechei meus olhos. Tornei-me a adaga, vi seu percurso, seu brilho fatal atingir em cheio a criatura esverdeada de orelhas pontudas.
Os arbustos se agitavam em minha direção,suor escorria pela minha testa e havia um sorriso de satisfação em meus lábios, meus inimigos vinham de todos os lados, era hora de fazer o aço cantar.

Goblin: