The Forgotten
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[EMP]bad luck for him, good luck for me

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Mensagem por Saphira L'Mönt Sex Dez 05, 2014 8:19 pm

Bad luck for him
Good luck for me.



Saphira não era uma ladina como todos os outros existentes no reino de Comyr. Isto é, seus desejos não eram resumidos a apenas leões de ouro ou olhos azuis, era uma ladina com interesses um tanto quanto maiores. Portanto, era exatamente por esse motivo que a drow estava acompanhando o mesmo mercador há mais de sete dias, enquanto seu amado, Avallon, buscava um mascote pelas redondezas que tanto desejava, caçando-o todas as manhãs.

Naquele dia estavam em Immersea, uma cidade comum por ser pontos de parada de mercadores e viajantes, como reabastecimento de mantimentos. Possuía também uma taverna famosa por todo Comyr, com a melhor cerveja, nomeada “Os Cinco Grandes Peixes”. Avallon tinha saído cedo e deixado um bilhete avisando que ia treinar, mas Saphira sabia qual era seu verdadeiro objetivo, o monstro que estava caçando há dias.

Primeiramente, ao que interessa realmente. O mercador chamava I’llar, era joalheiro e suas especiarias eram exatamente estas, criava acessórios com atributos diferentes, que ajudavam guerreiros em seu empenho. Portanto, seus maiores compradores eram os guerreiros da cidade de Suzail e era para a capital que ele seguia. Andava em uma caravana um tanto quanto grande, puxada por dois cavalos híbridos e ele sempre a estacionava muito próximo de onde estava, mantendo dois empregados a vigia dela. Há sete dias, estava na estrada e passava por uma floresta a qual Saphira e Avallon estavam, caçando alimentos e a procura de monstros para dominar, quando a primeira avistou a caravana passar, ao som de metais batendo-se um contra os outros e no mesmo momento, percebeu que o que carregava era um tanto interessante. Resolveu segui-lo até colher informações suficientes para roubar os itens, o que sinceramente, fazia de melhor. Portanto, o casal pagou uma carroça que passava um falcão de prata para poderem pegar uma carona com ela até a cidade mais próxima, a mesma que I’llar iria. À noite, Saphira aproximava-se do acampamento do joalheiro e escutava as conversas dele com seus empregados e por vezes, espiava por dentro da caravana para descobrir quais eram as mercadorias, o que não fazia com qualquer dificuldade, devido o seu silencio e furtividade típica de uma ladina.

Em exatamente cinco dias, estavam naquela cidade e todos os dias, a drow mantinha o mercador por perto, decorando a rotina inteira do mesmo. Estava hospedado na “Bom Descanso” que ficava a poucos metros da taverna “Os Cinco Grandes Peixes” e acordava todos os dois dias no mesmo horário, às sete da manhã. Logo após, tomava seu café da manhã calmamente, enquanto seus estribas ajeitavam as mercadorias que seriam colocadas em oferta naquele dia. Ás nove da manhã, o mercador levava as uma parte das mercadorias para o leste da cidade, anunciando o que vendia para os interessados, seu foco nos guerreiros viajantes que passavam na cidade. Nos últimos dois dias, vendera apenas poucas coisas e isso sinalizava que já estava de saída devido aos negócios frustrados, portanto, Saphira o encurralaria na saída de Immersea, sentido Suzail. No horário do almoço, sabia que o encontraria tomando a bela cerveja da taverna mais famosa da região, comendo a carne mais cara dali e por vezes, acompanhado de um mingau de aveia. Saphira se localizava nesses momentos na mesa atrás dele, a capa puxada por sobre o rosto ao máximo a fim de escondê-lo, pois, logo na parede ao seu lado, tinha uma foto com seu nome e o título mais novo, Filha de Tempus. Caso soubessem quem era, poderia prejudicar a emboscada.

O joalheiro conversava com um homem gordo, de olhos claros, com longa barba e relativamente baixo. Um anão, raro por essas partes do reino de Comyr.

- Sim sim, eu tenho uma dessa, posso trocar por esse belo par de machados de prata. – Ofereceu e logo após, o mercador levou a bebida a boca, bebendo longas goladas e colocou bruscamente a caneca sobre a mesa de madeira. O anão aproximou-se e sussurrou algo indecifrável para ele e com gestos bruscos e irritados, falou em alto e bom som. – VOCÊ ESTÁ LOUCO? Não, nem pensar, esquece. – O pequeno homem, irritado, desceu da cadeira e saiu batendo os pés e o joalheiro murmurou consigo mesmo. – Anões ferreiros são tão... Essa cidade está ruim para negócios.– Então finalmente levantou e deixou umas moedas por sobre a mesa, os pés batendo fortemente contra o assoalho de madeira. Abriu a porta e já vociferou para seus estribas para que arrumassem tudo para a viagem tão alto que qualquer um na taverna escutou.

Mercador descuidado... Saphira pensou, afinal, ladrões existiam por todos os lugares.

A drow de cabelos alvos sorriu um tanto satisfeita, já considerando a emboscada. Se saíssem antes do pôr-do-sol a emboscada seria difícil, mas se fosse após, seria muito fácil. De qualquer modo, levantou-se da mesa e pagou a cerveja a qual nem tocara. Estava usando uma armadura leve que de fato não dificultava seu movimento completamente e duas adagas estavam presas a bainha no quadril, enquanto a azagaia estava presa as costas. Usava uma capa escura que escondia por completo seu armamento e seu próprio rosto, talvez nem percebessem que era uma drow.

Demorou algumas poucas horas até chegar ao limite da cidade, por onde a estrada seguia para Suzail. Decidiu por posicionar-se nas árvores próxima a passagem de terra por onde carroças passavam, escalou com um pouco de dificuldade devido ao peso da azagaia em suas costas, mas logo estava em pé por sobre um galho grosso que aparentemente aguentaria o peso da ladina, se esta mantivesse bem quieta. Apoiada ao tronco, agachou de modo que pudesse ficar camuflada por entre as folhas verdes e longas, enquanto as orbes azuis fitavam a saída/entrada de Immersea.

O sol finalmente escondeu, deixando que a lua aparecesse por sobre o manto negro estrelado. Era noite e pelo o que podia sentir, estava começando a esfriar. Permitiu-se pensar que seu roubo iria falhar, pois talvez o joalheiro decidisse passar a noite na hospedaria quente ao invés da estrada fria. Quando estava a ponto de desistir, escutou o galope aproximando-se em conjunto com um som de metais batendo contra outros e rodas rangendo por sobre o peso exagerado da caravana. O sorriso da drow alargou-se só de considerar um roubo bem sucedido.

Apertou os olhos um tanto para que pudesse enxergar melhor ao longe, a escuridão não representava qualquer problema, justamente por ter vivido no subterrâneo por tanto tempo. A caravana aproximava-se, dois homens na frente guiando os cavalos e I’llar atrás, junto as suas mercadorias. Saphira respirou fundo, concentrando-se e a mão direcionou-se para Dae, sua adaga, retirando-a da bainha. Quando a caravana chegou logo abaixo da árvore, a drow saltou e pousou com a mão esquerda por sobre o assento de ambos os cocheiros, exatamente entre eles. Levantou-se, equilibrando com a carroça em movimento e desferiu um chute no da direita, atingindo-o exatamente no braço. Com o susto e impacto, desiquilibrou-se e caiu para fora, atingindo o chão com um grito. Antes que o outro pudesse agir, girou o corpo e cortou-lhe o pescoço com a adaga e logo após, chutando-o para fora também. Os cavalos empinaram com o susto e soltaram-se da caravana, logo fugindo para a floresta o mais rápido possível, relinchando desesperados.

I’llar temendo o que tivesse acontecido, provavelmente estava escondendo-se em meio as próprias mercadorias ou teria fugido por detrás da carroceria. Saphira cortou a manta que cobria a caravana contra a chuva, onde estava as mercadorias e puxou para que terminasse de rasgar. Logo, pulou pra dentro dali e deparou-se com o mercador fugindo por detrás. Suspirou longamente. Não podia deixá-lo fugir, pois seria denunciada ou procurada, talvez ele tivesse a reconhecido. Portanto saltou para fora da caravana e correu atrás dele, tão rápido que logo atingi-o, mirou a adaga nas costas do mesmo e atirou, errando. Puxou Nare e mirou novamente, mas dessa vez, atingiu-o um pouco abaixo da nuca. O joalheiro caiu no mesmo momento, ferido ou morto.

Enquanto aproximava-se do corpo ao chão, Saphira pegou Dae e procurou qualquer vestígio dos cocheiros, um estava caído por sobre uma poça do próprio sangue, o outro parecia ter fugido. Saphira bufou longamente, esperando que não tivesse reconhecido-a e logo retirou a adaga da carne de I’llar, sem preocupar-se em verificar se estava vivo ou não, puxou os cabelos e a lâmina fez seu curso horizontal pela pele da garganta dele. Suspirou, desanimada, afinal, não esperava tamanho trabalho para esse roubo, principalmente o fato de ter que matar dois para realiza-lo. Revirou os olhos e voltou de encontro a caravana lotada de tesouros, abriu os baús e deparou-se com anéis, colares, braceletes de diversos tipos e atributos. Sorriu vitoriosa e abriu uma caixinha, deparando-se com um conjunto de anel com um colar, ambos prateados com jóias azuis. Lindos, realmente. Talvez a ajudasse com as lutas. Decidiu ficar com eles e juntou o máximo que pôde de tesouros, guardando-os em um baú e o carregou para floresta, para conseguir contornar a cidade e chegar por detrás da hospedaria, pela floresta, assim não faria suspeitas.

recompensa:



Thanks Tess
Saphira L'Mönt
Saphira L'Mönt



Ficha de Persogem
Pontos de Vida:
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Mensagem por King Sáb Dez 06, 2014 5:23 am

Avaliação| EMP



Aprovado
Recompensa: 15 pp (+ 10 pp extra de roubo).

Eis o tópico para suas tentativas com os dados; dados oficiais

Não preciso citar o que acho de seus posts, são lindos, e não é babação de namorado, eu juro! Apesar de tudo, acho que pecou em pequenos detalhes meu amor. Saphira não só é uma Ladina, como uma Mercenária, e isso a conduz a um ar muito mais violento de ação, em conjunto com a furtividade, e encaixou muito bem esse detalhe quando agrediu sem pensar os cocheiros, logo buscando exterminar nosso caro mercador. De qualquer forma, o primeiro ponto curioso é o joalheiro ter pedido que arrumassem tudo para partir, e ainda assim, demorasse tanto para chegar aos portões. Na pressa que mostrava pela irritação, era provável chegar lá quase junto de Saphira, talvez até um pouco antes, o que exigiria uma ação sorrateira ou talvez uma perseguição que aumentaria o clímax da coisa.

De qualquer forma, não foi ruim, foi ótimo, mas ainda assim, senti falta de um detalhamento maior do contato da Drow com o joalheiro. Quais eram as conversas que tanto chamaram atenção? Em que intervalos isso ocorria, e talvez, até citar um pouco mais sobre os atos da vítima, mesmo que essa não seja uma missão que envolva o lado Mercenário de Saphira, é interessante mostrar como isso a afeta.

Por outro lado, gosto da forma com que demonstra a parte Neutra da personagem, mesmo que talvez não seja intencional. O jeito com que ela não se preocupa com a Ordem, ao assassinar deliberadamente os alvos de seu assalto, mas ao mesmo tempo, não é alguém que busca o Caos, não mata simplesmente por matar, mata para proteger a si mesma. É uma atitude neutra e claramente individualista, sem se preocupar com regras ou detalhes demasiados, mas também não buscando apenas demonstrar essa liberdade do "ser" eu os Caóticos tanto gostam de demonstrar.

Estou lhe dando um prêmio relativamente baixo, eu sei, mas é por saber que pode, e vai com certeza, melhorar muito nas próximas EMPs, e pode contar comigo com avaliações prévias antes de postar, serei tão rígido quanto fui aqui, e lhe prometo ajudar com os detalhes mínimos. De qualquer forma, foi a primeira demonstração de Saphira como Ladina, e isso muito me agrada, aos poucos, um quebra-cabeça enorme sobre quem é a Drow vai se encaixando e gerando um panorama belíssimo que a mim muito encanta. Qualquer dúvida, estou sempre ao seu lado ♥

King
King



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Mensagem por Saphira L'Mönt Seg Dez 08, 2014 7:44 pm

Don’t trust me
No matter what, I get what I want




Naquele determinado dia, estava em Marsember, uma cidade portuária às margens do Lado do Dragão. Seu mercado é relativamente grande para uma cidade de Comyr, especializada principalmente no comércio de especiarias. Normalmente, estas são os temperos criados pelas famílias residentes dali, que os exportam para os reinos além do mar interno. Agora pergunta-se, o que diabos a Filha de Tempus estava fazendo ali? Era uma pergunta um tanto engraçada, pois nem ela sabia a resposta. Avallon insistira com todas as forças que deveriam estar naquele dia em Marsember, mas já não o via a mais de vinte e quatro horas e isso a deixava completamente louca.

Com o objetivo de distrair-se do sentimento de preocupação e irritação, a drow andou pelo mercado de temperos. Ainda era dia, o sol maçante tocando-lhe a pele azulada com tamanha agressividade que parecia queimá-la, tão mal acostumada com a superfície. Um ano? Muito pouco para acostumar com a grande bola de fogo mãe. Com o intuito de proteger-se daqueles raios, utilizava um manto escuro com capuz, que até mesmo camuflava quem era, afinal, ainda era famosa. Parou por sobre uma barraca e fitou os diversos temperos expostos para experimentação, pegou um pedaço de pãezinhos que tinha ali e passou-o no condimento, logo experimentando-o. O gosto não era de fato bom, muito apimentado que nem mesmo podia sentir um sabor, ardência quase infinita. Quase engasgou, mas conteve-se quando escutou a voz de uma garota, completamente animada.

- É você? – A voz estava alto e  ela apontava para o rosto da drow, insistentemente chamando a atenção à volta. Os olhos brilhavam em uma animação quase desagradável e ela quase parecia pular do outro lado da barraca. – A filha de Tempus? Que está em todos os cartazes de toda Comyr!

Saphira murmurou baixo, quase como uma maldição. Realmente, por ser uma ladina, a fama as vezes atrapalhava. Principalmente quando em cidade pequenas, onde o roubo era quase algo fácil. Suspirou e lentamente, baixou o capuz, deixando transparecer os cabelos prateados, os olhos azuis e as diversas marcas espalhadas pelo rosto da realeza L’Mönt.

- Sim. – Respondeu, porém baixo, como se estivesse envergonhada, o que de fato não estava. Por pura educação e talvez forçada demais, estendeu a mão direita para garota, que a olhou como se não acreditasse naquilo. – E seu nome qual seria, senhorita?

- Arwyn D’lÿinh! – Respondeu entusiasmada, segurando a mão estendida e agitando-a com tamanha agitação que causou vibrações por todo o corpo da outra. Sorriu largamente, como se não conseguisse conter-se, o que era óbvio.

- Você trabalha nessa barraca, Arwyn? – Perguntou, como se interessasse, mas na verdade, estava apenas tentando passar uma boa impressão.

- Não, não. Estou só ajudando minha família! Eu trabalho na joalheria do senhor Dimony, o melhor joalheiro da cidade! Nós recebemos clientes importantíssimos, de guerreiros do exército até titulados como você! - Aquelas palavras chamaram a atenção da drow muito rapidamente, que começou a montar um plano na própria cabeça. Se a garota trabalhava na joalheria, deveria ter as chaves, logo, Saphira tinha uma grande chance de roubar cada item valioso do local. Era uma chance e não podia desperdiçar.

- Já que parece conhecer tanto Marsember, por que não me apresenta as redondezas? Nunca visitei de verdade essa cidade e parece ser realmente bonita. Quero saber a história daqui, os locais famosos, tenho até o pôr do sol para escutá-la, Arwyn. – Ofereceu, porém escondendo seus próprios interesses, que nada estava relacionado com as atrações daquele local.

- Mãe! – Gritou Arwyn e logo uma moça com vestido longo e um lenço na cabeça aproximou-se, segurando uma cesta cheia de mercadorias, aparentemente, seu próprio tempero recém feito. – Vou ali levar essa moça para conhecer a cidade e depois vou trabalhar! Tchau. – Logo puxou as mãos da drow, que sentira-se completamente incomodada com o contato.

Saphira colocou o capuz, cobrindo o rosto novamente e junto à humana, desceram pela rua principal, esta destinada a grande feira de temperos, onde várias famílias apresentavam suas especiarias. Arwyn ainda estava completamente animada, tagarelava sem parar, contando sobre a história da Marsember. De acordo com ela, esta começou como uma pequena vila, onde os moradores trocavam entre si suas especiarias, a fim de que cada um pudesse completar sua casa. Mais tarde, guerreiros reais e cidadãos viajantes começaram a passar pela cidade portuária, alguns até firmavam residência ali e assim foi crescendo Marsember. Com o seu mercado de temperos deliciosos, começou a chamar atenção de outros reinos e com isso, virou exportador, utilizando-se de sua margem com o Lago do Dragão para conectar-se aos reinos além do Mar Interno. Logo, tornou-se um mercado importante para sustentação do reino de Comyr. Por vezes, Saphira perguntava uma ou outra curiosidade sobre a cidade, especialmente sobre o comércio de joias e as respostas eram satisfatórias. Segundo Arwyn, Dimony possuía habilidades magicas para encantar suas joias, de modo que ajudassem os guerreiros a aprimorar suas habilidades e para esses acessórios em especial, ele guardava em uma gaveta que para ser aberta, precisava de uma chave que apenas o próprio joalheiro tinha. O mesmo não exportava tais mercadorias importantes, apenas as vendia para alguns guerreiros do reino importantíssimos, que vinham até Marsember com o único objetivo de comprar isso. O preço, ela dizia, variava de cinquenta falcões de prata a cinco leões de ouro. Imediatamente, a drow tocou a joia de safira no pescoço, um colar roubado recentemente de um mercador, que lhe dava melhor desempenho e resistência nas batalhas.

Enquanto andavam, Saphira com seus olhos astutos, avaliava a humana. Esta usava um cinto quase como uma bainha, por cima do vestido e ali, estava pendurado um molho pequeno de chaves, com três, além de uma bolsinha que parecia ser de moedas e outra menor que parecia guardar comida.


Caminharam até o Templo de Lathander, o deus do nascimento, amanhecer, renovação, criatividade, atletismo, perfeccionismo, primavera, vitalidade e juventude e voltavam por uma rua a leste da principal, passando por um amontoado de casas, até que finalmente alcançaram a joalheria.

- Eu tenho que trabalhar, já são quase três da tarde e a joalheria fecha as seis, se eu atrasar mais um pouco, Dimony me mata! – Deu uma risadinha e imediatamente, abraçou a drow, surpreendendo-a. Sorriu, aproveitando-se daquele momento ao máximo e enquanto envolvia as costas dela com o braço direito, a mão esquerda agilmente foi em direção ao molho de chaves e com a maior leveza possível, a retirou do cinto, enquanto distrai-a com palavras de agrado, como “foi bom conhece-la”, “passarei novamente pela cidade para encontra-la”, “você é um doce”, “sobre eu ser a filha do tempus, guarde nosso segredo”. Ela virou de costas, indo em direção ao seu trabalho e logo Saphira guardou as chaves dentro de sua pequena bolsa de couro.

Chamou-a novamente, antes que entrasse na loja e entregou-a um pequeno pingente que de nada significava, tinha roubado para vendê-lo mais tarde, mas entregou para ela dizendo que era um símbolo importante para si e que tinha que guardar com carinho, pois iria dar sorte nos momentos mais apreensíveis. Completa e pura mentira, mas não fazia mal agradar um de seus poucos fãs, certo? Ainda mais se estava prestes a roubar a loja onde trabalhava.

◘ ◘ ◘

Saphira voltou a hospedaria apenas para guardar a azagaia, que pesava em suas costas e não seria realmente necessária naquela noite. Ficou ainda mais preocupada ao não encontrar Avallon ali e seu coração já parecia apertar ainda mais, como se alguém fincasse uma lâmina nele e girasse. Queria ir naquele minuto procurar por ele, mas não podia, já tinha um compromisso sério e sua única chance seria agora. Esperou até o mais tardar da noite, exatamente na madrugada do outro dia.

Visto que a joalheria ficava mais ao centro da cidade e atrás dela, tinha um amontoado de casas, a drow preferiu por ir por detrás. Atravessou o espaço por entre duas casas, alcançando as costas das mesmas e encontrando a parte da joalheria. Aproveitou-se da escuridão para disfarçar o próprio corpo entre os arbustos. Estava com uma capa azul escura tampando-o, juntamente com um capuz, o que ajudava-a a camuflar-se. Ali, não tinha qualquer lampião para iluminar, apenas na frente da joalheria, justamente o local que estava evitando. Isso não evitava que a drow pudesse enxergar, pois estava acostumada com a escuridão, graças a vivência no subsolo. Tinha uma porta que levava a dispensa, assim, não era a principal. Os passos eram silenciosos e andava relativamente agachada, evitando que pudessem vê-la facilmente, mesmo que as chances fossem quase negativas.

Puxou o molho de chaves da pequena bolsa de couro quando alcançou a porta e agachou-se sobre a brita, apoiando um pé e um joelho. Rapidamente, tentou chave por chave, tentando ao máximo ser silenciosa. Escutou vozes e parou de mover-se, um tanto apreensiva, mas logo afastaram-se e ela suspirou aliviada. Colocou a última chave no trinco, encaixando-a e orou mentalmente ao deuses para que a ajudasse, até que escutou um “click”, destrancando finalmente a porta. Suspirou aliviada novamente e puxou a chave, guardando-a novamente na bolsa. Estava em um cômodo escuro, mas não importou-se em ligar a luz. Fechou a porta e com passos silenciosos e apreensivos, olhou a volta, descobrindo que ali não passava de uma dispensa qualquer, onde estavam os materiais para criação dos acessórios. Alcançou outra porta e deparou-se com um corredor estreito com duas portas. Abriu a primeira e encontrou uma sala com várias estantes, uma mesa afastada cheia de materiais diferentes e lentes longas e a outra normal, como uma escrivaninha e um tanto de gavetas, uma cadeira bem colocada entre as pernas. Aproximou-se dali ao lembrar das informações úteis de Arwyn referentes aos acessórios de atributos, mais caros. Abriu a primeira gaveta cheia de documentos, depois a segunda com diferentes ferramentas, a terceira com pergaminhos e finalmente a quarta. Estava trancada e apenas o dono tinha a chave. Saphira sorriu, divertindo-se.

Puxou uma das adagas e com a ponta, passou pelo pequeno espeço entre a madeira e a madeira da gaveta, forçando para cima o cabo. O trinco rompeu com um baixo som e novamente, tentou abrir, mas não conseguiu. Ao repetir o procedimento, percebeu que existia um segundo trinco e o rompeu da mesma forma. Finalmente, conseguiu abrir. Três anéis, um colar, dois braceletes; aparentemente, recém-criados, pois reluzia de um modo que somente poderia ser justificado por magia. Não demorou para colocar tudo dentro da própria bolsa. Fechou a gaveta, mesmo quebrada e saiu. Trancou a porta e correu para a rua detrás, por onde tinha vindo. Aleatoriamente e disfarçadamente, jogou a chave em frente a qualquer um dos jardins, se achassem, alguma outra pessoa seria culpada.

Voltou à hospedaria apenas para pegar a própria azagaia e seguiu para a floresta próxima a cidade, onde Avallon provavelmente estaria domando ou caçando. Enquanto corria por entre as pernas, o odor de sangue chegou as próprias narinas e tomada pelo terror, começou a correr, mesmo que silenciosamente. A capa esvoaçava com a brisa gélida da noite e quando estava próxima a uma das margens do lago, deparou-se com um corpo caído sobre a grama. Ao aproximar mais, percebeu que se tratava de seu amado. Ajoelhou-se imediatamente, trazendo a cabeça do mesmo para seu colo e acariciou os cabelos do mesmo. Sussurrou o nome dele milhares de vezes e por fim, retirou uma garrafinha de água de dentro de sua bolsinha, jogando-a pelo rosto dele. A água afastava o sangue das feridas e não demorou para que ele retomasse a consciência, assustado. Esperou até que estivesse melhor, alimentando-o com o que tinha, uma maçã e um pão. Quando melhorou, Saphira levantou-se em silêncio e tomou a estrada, irritada com seu verno. Iria contar do roubo bem sucedido apenas depois, quando vendesse tudo.

Itens:
Final do texto:

Thanks Tess
Saphira L'Mönt
Saphira L'Mönt



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Pontos de Vida:
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Mensagem por Gabs Ter Dez 09, 2014 4:59 pm

Avaliação| EMP



Aprovado
Recompensa: 17 pp (+ 15 pp extra de roubo).

O texto ficou excelente em termos gramaticais. Apenas alguns erros simples(como distrai-a) prejudicaram a narração levemente, nada que realmente pudesse causar descontos graves. A repetição de algumas palavras com pouco espaçamento(como porta) também prejudicaram a leitura, mas mais uma vez não foi nada realmente ruim. Por vezes o excesso de descrições tornou o texto menos fluente(como o parágrafo contando a história da cidade), e em alguns momentos faltaram sentimentos. Mesmo que sua personagem seja fria ou algo do tipo, ainda é necessário narrar algum tipo de sentimento para tornar a narração mais real. De qualquer forma, nenhuma das falhas citadas pôde retirar o brilho da sua narração.

Gabs
Gabs



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